Autismo em Meninos: Por Que Eles São Diagnosticados Muito Mais do Que as Meninas?

Autismo Diagnóstico

autismo em meninos

Você já se perguntou por que quase sempre ouvimos falar de meninos autistas, mas raramente de meninas?
Se você é pai, mãe, educador ou profissional de saúde, essa pergunta provavelmente já passou pela sua cabeça. Afinal, por que o autismo parece “preferir” os meninos? A resposta é mais complexa do que parece — e envolve genética, comportamento e até injustiça nos diagnósticos. Veja a seguir:

🧬 Por que o autismo é mais diagnosticado em meninos?

🔹 Diferença na proporção:

Estudos mostram que o autismo é cerca de 4 vezes mais comum em meninos do que em meninas. Mas será que isso significa que realmente há mais meninos autistas?

🔹 Hipóteses biológicas:

  • Cérebro masculino extremo: teoria de Simon Baron-Cohen que relaciona o autismo a características mais sistematizadoras, mais comuns no sexo masculino.

  • Testosterona fetal elevada: pode afetar o desenvolvimento cerebral e aumentar o risco de autismo.

  • Resiliência genética feminina: meninas parecem precisar de mais mutações genéticas para manifestar os mesmos sintomas.

🚫 O diagnóstico falha com as meninas?

🔸 Sintomas mais sutis e disfarçados

Meninas costumam ser mais sociáveis, empáticas e “copiadoras sociais”. Muitas vezes, aprendem a mascarar os sinais, o que atrasa ou impede o diagnóstico.

🔸 Interesses diferentes e “aceitáveis”

Enquanto meninos podem fixar em dinossauros ou trens, meninas autistas podem se interessar intensamente por animais, maquiagem ou literatura — temas que não “chamam atenção” como traços autistas.

🔸 Critérios de diagnóstico ultrapassados

Grande parte das pesquisas foi feita com meninos brancos de classe média, deixando de fora as nuances femininas.

📊 O que os dados dizem?

  • A média global aponta uma proporção de 4 meninos para cada 1 menina diagnosticada com autismo.

  • Pesquisas recentes sugerem que essa proporção pode ser mais próxima de 2:1 quando há critérios mais justos.

  • Em muitos casos, o diagnóstico em meninas só ocorre na adolescência ou vida adulta.

✅ Dicas práticas para identificar o autismo em meninas:

  • Observe comportamentos repetitivos mais sutis (como roer unhas excessivamente ou organizar objetos de forma obsessiva).

  • Dê atenção a dificuldades sociais disfarçadas de “timidez extrema”.

  • Note padrões de exaustão emocional após interações sociais.

  • Reflita: essa menina está se forçando a “parecer normal” o tempo todo?

❓ Perguntas que ajudam a refletir:

  • Será que estamos olhando da forma certa para as meninas?

  • Quantas mulheres autistas adultas passaram a vida sem diagnóstico?

  • Como o sistema educacional pode colaborar para identificar cedo os sinais sutis?

📌 Conclusão:

O autismo não é mais comum em meninos por acaso — há fatores biológicos envolvidos, sim, mas a subnotificação nas meninas é real e preocupante.
Precisamos falar mais sobre isso, atualizar os critérios de avaliação e treinar os profissionais para reconhecer os sinais femininos do espectro.
Meninas autistas existem — e merecem ser vistas, acolhidas e compreendidas.

 

Por que o autismo é mais comum em meninos?

O autismo é mais diagnosticado em meninos devido a fatores biológicos, como a influência da testosterona no cérebro, e também por causa de vieses nos critérios diagnósticos, que muitas vezes deixam de identificar meninas com sintomas mais sutis.

Meninas também podem ter autismo?

Sim, meninas também podem ter autismo, mas muitas vezes seus sintomas são mais difíceis de perceber, o que leva a diagnósticos tardios ou errados.

 

Autismo em Meninos vs. Meninas

AspectoMeninosMeninas
Proporção no diagnóstico4 para cada 1 menina*Subdiagnosticadas
Idade média de diagnósticoEntre 3 e 5 anosEntre 6 e 12 anos ou mais
SintomasMais evidentes e clássicosMais sutis e disfarçados
Interesses restritosTrens, mapas, dinossaurosAnimais, maquiagem, literatura

*Fonte: CDC – Centers for Disease Control and Prevention (EUA)

Curiosidade: Estudos sugerem que meninas com autismo precisam ter uma carga genética maior que os meninos para manifestar sintomas.