Entenda o que é a sensibilidade sensorial no autismo — e como acolher com amor e empatia

Curiosidades no Autismo
sensibilidade sensorial no autismo

Quando o barulho do mundo vira dor

Você já notou que seu filho ou alguém que você ama reage de forma intensa a sons, cheiros ou até tecidos? Às vezes, o que parece “frescura” ou “birra” para muitos é, na verdade, uma resposta real do corpo a estímulos que se tornam exagerados demais para quem tem autismo.

Isso tem nome: sensibilidade sensorial. E entender isso é uma das formas mais poderosas de oferecer acolhimento verdadeiro.

Neste artigo, vamos conversar sobre o que é a sensibilidade sensorial no autismo, por que ela acontece e como podemos ajudar com atitudes práticas e empáticas.

O que é sensibilidade sensorial no autismo?

Sensibilidade sensorial é quando o cérebro de uma pessoa interpreta estímulos do ambiente de forma mais intensa (ou menos intensa) do que o esperado.

No caso de quem está no espectro do autismo, esses estímulos — como luzes, cheiros, sons, texturas ou até o toque — podem ser:

  • Hipersensíveis (sentem demais): Sons parecem mais altos, luzes mais fortes, cheiros mais intensos.

  • Hipo sensíveis (sentem de menos): Precisam de mais estímulos para perceber algo — podem, por exemplo, não reagir à dor ou buscar toques constantes.

👉 Esse tipo de resposta sensorial pode causar angústia, medo, choro, agitação, ou até crises mais intensas.

Isso é comum? O que dizem os estudos

Sim. E é mais comum do que muitos imaginam!

📊 Segundo o CDC (Centers for Disease Control and Prevention), mais de 90% das pessoas com autismo apresentam algum tipo de diferença sensorial.

📚 Já um estudo publicado na revista Frontiers in Psychology aponta que essas diferenças sensoriais influenciam diretamente no comportamento, no aprendizado e na forma como a criança se relaciona com o mundo ao redor.

Ou seja, entender e respeitar isso é essencial para acolher, ensinar e amar.

Como identificar se é sensibilidade sensorial?

Se você convive com alguém no espectro autista, fique atento aos seguintes sinais:

🧠 Sinais de hipersensibilidade:

  • Tampar os ouvidos com frequência

  • Rejeitar roupas com determinadas texturas

  • Evitar cheiros ou sabores fortes

  • Se assustar com sons que outros acham normais

  • Evitar toques, beijos ou abraços

🌀 Sinais de hipo sensibilidade:

  • Buscar girar ou balançar objetos

  • Necessidade de tocar tudo com as mãos

  • Insistência em sons altos ou estímulos repetitivos

  • Alta tolerância à dor ou calor

👉 Importante: cada pessoa é única. Alguns podem ser hipersensíveis a sons e hipo a toques, por exemplo.

Como acolher com amor e sabedoria?

💡 1. Crie ambientes mais tranquilos

Evite luzes muito fortes, sons altos e cheiros intensos. Um espaço calmo pode prevenir crises e ajudar no bem-estar.

💡 2. Respeite o tempo e o limite da criança

Nem todo toque é agradável. Um simples abraço pode ser desconfortável. Pergunte antes. Observe.

💡 3. Use fones abafadores ou óculos com filtro

Esses itens ajudam a reduzir estímulos e podem ser verdadeiros aliados em ambientes barulhentos ou iluminados demais.

💡 4. Introduza texturas e estímulos aos poucos

Em vez de forçar o contato com algo novo, vá apresentando aos poucos. O importante é permitir que a criança se sinta segura.

💡 5. Crie uma rotina previsível

Mudanças repentinas podem gerar estresse. Uma rotina clara e visual (com imagens ou figuras) ajuda a preparar a criança para o que vem a seguir.

E se a igreja estiver muito barulhenta?

Essa é uma pergunta comum entre famílias cristãs. E a resposta é: adapte com amor.

  • Busque sentar em locais mais tranquilos

  • Leve fones abafadores

  • Combine com o ministério infantil ou liderança sobre as necessidades da criança

  • Use brinquedos sensoriais silenciosos (como bolinhas texturizadas ou mordedores)

Jesus acolhia a todos com empatia. E isso inclui acolher as necessidades sensoriais das nossas crianças com autismo também. 💙

Perguntas frequentes sobre sensibilidade sensorial no autismo

❓ O que causa a sensibilidade sensorial no autismo?

O cérebro de quem tem autismo processa estímulos de forma diferente. Isso pode tornar sons, toques e luzes mais intensos do que são para outras pessoas.

❓ Isso melhora com o tempo?

Com apoio, estratégias e respeito às necessidades da criança, é possível amenizar os impactos no dia a dia. Algumas crianças aprendem a lidar melhor com os estímulos ao longo do tempo.

❓ Existe tratamento?

Não existe um “remédio” para isso, mas existem terapias ocupacionais sensoriais, estratégias do dia a dia e muito acolhimento que fazem toda a diferença.

💬 Perguntas para refletir

  • Você já parou para observar como seu filho reage ao mundo ao redor?

  • Quais estímulos parecem gerar mais desconforto?

  • Será que ele está tentando “fugir” de algo que o corpo dele sente de forma muito intensa?

Essas perguntas nos ajudam a praticar a empatia e a oferecer o tipo de amor que respeita, compreende e transforma.

📌 Dicas rápidas para lidar com a sensibilidade sensorial

✔ Leve sempre um kit sensorial na bolsa (com brinquedos, fone, óculos escuros etc)
✔ Crie um cantinho de descanso em casa
✔ Use histórias sociais para explicar situações novas
✔ Evite julgamentos e comparações
✔ Celebre as pequenas vitórias

❤️ Conclusão: acolher é amar do jeito certo

A sensibilidade sensorial no autismo não é frescura. Não é manha. É real. É física. E é digna de respeito.

Ao entendermos isso, não apenas evitamos traumas, mas também criamos um mundo mais justo para essas crianças incríveis. E, como cristãos, temos o dever de sermos mãos que abraçam e ouvidos que escutam com paciência.

Afinal, amar é compreender. E compreender é se importar de verdade.

 

 

O que é sensibilidade sensorial no autismo?

É quando a pessoa no espectro autista sente estímulos como luz, som, cheiro ou toque de maneira mais intensa (hipersensível) ou menos intensa (hipossensível) do que o habitual.

Quais são os sinais de sensibilidade sensorial?

Sinais incluem tampar os ouvidos, evitar toques, rejeitar texturas ou buscar estímulos intensos como sons altos e luzes piscantes.