
Quando o barulho do mundo vira dor
índice
- 1 Quando o barulho do mundo vira dor
- 2 O que é sensibilidade sensorial no autismo?
- 3 Isso é comum? O que dizem os estudos
- 4 Como identificar se é sensibilidade sensorial?
- 5 Como acolher com amor e sabedoria?
- 6 E se a igreja estiver muito barulhenta?
- 7 Perguntas frequentes sobre sensibilidade sensorial no autismo
- 8 💬 Perguntas para refletir
- 9 📌 Dicas rápidas para lidar com a sensibilidade sensorial
- 10 ❤️ Conclusão: acolher é amar do jeito certo
Você já notou que seu filho ou alguém que você ama reage de forma intensa a sons, cheiros ou até tecidos? Às vezes, o que parece “frescura” ou “birra” para muitos é, na verdade, uma resposta real do corpo a estímulos que se tornam exagerados demais para quem tem autismo.
Isso tem nome: sensibilidade sensorial. E entender isso é uma das formas mais poderosas de oferecer acolhimento verdadeiro.
Neste artigo, vamos conversar sobre o que é a sensibilidade sensorial no autismo, por que ela acontece e como podemos ajudar com atitudes práticas e empáticas.
O que é sensibilidade sensorial no autismo?
Sensibilidade sensorial é quando o cérebro de uma pessoa interpreta estímulos do ambiente de forma mais intensa (ou menos intensa) do que o esperado.
No caso de quem está no espectro do autismo, esses estímulos — como luzes, cheiros, sons, texturas ou até o toque — podem ser:
Hipersensíveis (sentem demais): Sons parecem mais altos, luzes mais fortes, cheiros mais intensos.
Hipo sensíveis (sentem de menos): Precisam de mais estímulos para perceber algo — podem, por exemplo, não reagir à dor ou buscar toques constantes.
👉 Esse tipo de resposta sensorial pode causar angústia, medo, choro, agitação, ou até crises mais intensas.
Isso é comum? O que dizem os estudos
Sim. E é mais comum do que muitos imaginam!
📊 Segundo o CDC (Centers for Disease Control and Prevention), mais de 90% das pessoas com autismo apresentam algum tipo de diferença sensorial.
📚 Já um estudo publicado na revista Frontiers in Psychology aponta que essas diferenças sensoriais influenciam diretamente no comportamento, no aprendizado e na forma como a criança se relaciona com o mundo ao redor.
Ou seja, entender e respeitar isso é essencial para acolher, ensinar e amar.
Como identificar se é sensibilidade sensorial?
Se você convive com alguém no espectro autista, fique atento aos seguintes sinais:
🧠 Sinais de hipersensibilidade:
Tampar os ouvidos com frequência
Rejeitar roupas com determinadas texturas
Evitar cheiros ou sabores fortes
Se assustar com sons que outros acham normais
Evitar toques, beijos ou abraços
🌀 Sinais de hipo sensibilidade:
Buscar girar ou balançar objetos
Necessidade de tocar tudo com as mãos
Insistência em sons altos ou estímulos repetitivos
Alta tolerância à dor ou calor
👉 Importante: cada pessoa é única. Alguns podem ser hipersensíveis a sons e hipo a toques, por exemplo.
Como acolher com amor e sabedoria?
💡 1. Crie ambientes mais tranquilos
Evite luzes muito fortes, sons altos e cheiros intensos. Um espaço calmo pode prevenir crises e ajudar no bem-estar.
💡 2. Respeite o tempo e o limite da criança
Nem todo toque é agradável. Um simples abraço pode ser desconfortável. Pergunte antes. Observe.
💡 3. Use fones abafadores ou óculos com filtro
Esses itens ajudam a reduzir estímulos e podem ser verdadeiros aliados em ambientes barulhentos ou iluminados demais.
💡 4. Introduza texturas e estímulos aos poucos
Em vez de forçar o contato com algo novo, vá apresentando aos poucos. O importante é permitir que a criança se sinta segura.
💡 5. Crie uma rotina previsível
Mudanças repentinas podem gerar estresse. Uma rotina clara e visual (com imagens ou figuras) ajuda a preparar a criança para o que vem a seguir.
E se a igreja estiver muito barulhenta?
Essa é uma pergunta comum entre famílias cristãs. E a resposta é: adapte com amor.
Busque sentar em locais mais tranquilos
Leve fones abafadores
Combine com o ministério infantil ou liderança sobre as necessidades da criança
Use brinquedos sensoriais silenciosos (como bolinhas texturizadas ou mordedores)
Jesus acolhia a todos com empatia. E isso inclui acolher as necessidades sensoriais das nossas crianças com autismo também. 💙
Perguntas frequentes sobre sensibilidade sensorial no autismo
❓ O que causa a sensibilidade sensorial no autismo?
O cérebro de quem tem autismo processa estímulos de forma diferente. Isso pode tornar sons, toques e luzes mais intensos do que são para outras pessoas.
❓ Isso melhora com o tempo?
Com apoio, estratégias e respeito às necessidades da criança, é possível amenizar os impactos no dia a dia. Algumas crianças aprendem a lidar melhor com os estímulos ao longo do tempo.
❓ Existe tratamento?
Não existe um “remédio” para isso, mas existem terapias ocupacionais sensoriais, estratégias do dia a dia e muito acolhimento que fazem toda a diferença.
💬 Perguntas para refletir
Você já parou para observar como seu filho reage ao mundo ao redor?
Quais estímulos parecem gerar mais desconforto?
Será que ele está tentando “fugir” de algo que o corpo dele sente de forma muito intensa?
Essas perguntas nos ajudam a praticar a empatia e a oferecer o tipo de amor que respeita, compreende e transforma.
📌 Dicas rápidas para lidar com a sensibilidade sensorial
✔ Leve sempre um kit sensorial na bolsa (com brinquedos, fone, óculos escuros etc)
✔ Crie um cantinho de descanso em casa
✔ Use histórias sociais para explicar situações novas
✔ Evite julgamentos e comparações
✔ Celebre as pequenas vitórias
❤️ Conclusão: acolher é amar do jeito certo
A sensibilidade sensorial no autismo não é frescura. Não é manha. É real. É física. E é digna de respeito.
Ao entendermos isso, não apenas evitamos traumas, mas também criamos um mundo mais justo para essas crianças incríveis. E, como cristãos, temos o dever de sermos mãos que abraçam e ouvidos que escutam com paciência.
Afinal, amar é compreender. E compreender é se importar de verdade.
O que é sensibilidade sensorial no autismo?
É quando a pessoa no espectro autista sente estímulos como luz, som, cheiro ou toque de maneira mais intensa (hipersensível) ou menos intensa (hipossensível) do que o habitual.
Quais são os sinais de sensibilidade sensorial?
Sinais incluem tampar os ouvidos, evitar toques, rejeitar texturas ou buscar estímulos intensos como sons altos e luzes piscantes.