Você já se pegou pensando se vale mesmo a pena levar seu filho autista para uma festa junina? As músicas altas, o cheiro da comida no ar, a multidão, as luzes, a quadrilha… Para muita gente, tudo isso é alegria. Mas para uma criança com TEA (Transtorno do Espectro Autista), pode ser um combo de gatilhos e desconforto.
A boa notícia é que sim, é possível fazer uma festa junina divertida e segura para crianças com autismo. E não estamos falando em “excluir” o autismo da festa, mas sim em incluir com respeito — ajustando o ambiente, as atividades e o ritmo ao que a criança precisa.
Neste artigo, vamos compartilhar dicas práticas, diretas e cheias de empatia para você criar ou adaptar o arraiá da escola, da igreja ou da sua família com muito amor e acolhimento.
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), 1 a cada 100 crianças no mundo está no espectro autista. Só no Brasil, o número de diagnósticos cresce a cada ano. E, ainda assim, muitas festividades ainda não são preparadas para acolher essas crianças da forma como merecem.
O problema é que, sem adaptação, o que era pra ser uma memória feliz pode se tornar um episódio traumático — crises sensoriais, choros, isolamento e até autoagressão.
👉 Por isso, adaptar a festa junina não é frescura, é inclusão.
Músicas altas, microfones estourando, fogos de artifício e luzes piscando podem causar sobrecarga sensorial em crianças com TEA.
Dicas práticas:
Baixe o volume das músicas e evite caixas de som perto do espaço infantil.
Evite fogos de artifício e buzinas.
Opte por iluminação suave e constante, sem piscas-piscas ou efeitos estroboscópicos.
Se possível, ofereça fones abafadores de ruído.
Você não precisa obrigar a criança a usar uma fantasia tradicional se ela não se sentir confortável.
Dicas práticas:
Escolha roupas com tecidos leves e sem costuras incômodas.
Deixe que a criança participe da escolha da roupa (mesmo que ela vá de camiseta de algodão e short jeans).
Enfeites podem ser simples e removíveis.
A previsibilidade ajuda a reduzir a ansiedade. Saber o que vai acontecer dá à criança mais segurança.
Como fazer:
Mostre fotos e vídeos de festas juninas.
Crie um “roteiro visual” com imagens da sequência da festa.
Use histórias sociais para explicar o que é a quadrilha, as comidas típicas e outras atrações.
Mesmo que tudo esteja adaptado, a criança pode precisar de um tempo sozinha.
Sugestão:
Separe um “cantinho tranquilo”, com almofadas, brinquedos favoritos e iluminação suave.
Instrua os adultos e voluntários para respeitarem esse momento.
Nem todas as crianças gostam de dançar quadrilha, mas podem amar pescar peixinhos ou montar bandeirinhas!
Ideias de brincadeiras inclusivas:
Pescaria com varinha magnética (mais fácil de manusear)
Jogo da argola em versão adaptada
Corrida com obstáculos visuais simples
Oficina de bandeirinhas com cola bastão e papel colorido
❓Perguntas frequentes sobre festa junina e autismoComo lidar com crianças autistas que não querem participar da quadrilha?Não force. Dê à criança a opção de assistir ou participar de outra forma (segurando uma plaquinha, entregando bandeirinhas, etc). O importante é que ela se sinta parte do momento, mesmo que de outro jeito.
Quais comidas típicas podem ser desconfortáveis para crianças com seletividade alimentar?Muitas crianças com TEA têm seletividade alimentar. Evite forçar comidas típicas como paçoca, canjica ou milho se a criança não quiser. Tenha sempre opções seguras disponíveis (biscoitos simples, frutas picadas, sucos naturais).
Como incluir a criança na festa sem causar estresse?Envolva a criança no preparo da festa, dê espaço para ela escolher atividades e respeite seus limites. A inclusão começa no respeito ao ritmo de cada um.
Reduzir volume das músicas
Preparar roteiro visual da festa
Oferecer fones abafadores de ruído
Separar espaço de descanso/calma
Adaptar fantasias ao gosto da criança
Ter opções alimentares seguras
Brincadeiras sem competição ou pressão
Equipe treinada para acolher e respeitar
Nas festas da igreja, a gente celebra mais que a cultura: celebramos a comunhão. Por isso, mais do que justo é garantir que toda criança se sinta bem-vinda e acolhida no “arraiá do povo de Deus”. Incluir não é só acessibilidade, é vivência do amor cristão. Afinal, Jesus disse: “Deixem vir a mim os pequeninos” — e isso vale para todos.
Seja na escola, na igreja ou em casa, a festa junina tem tudo pra ser um momento inesquecível. Mas para isso, precisa ser inclusiva de verdade. Respeitar as necessidades das crianças com TEA é um ato de amor, empatia e fé prática.
Você não precisa mudar tudo — só ajustar o suficiente para que todos possam participar com alegria e segurança. E isso já faz toda a diferença.
Adapte o ambiente reduzindo estímulos sonoros e visuais, escolha roupas confortáveis, prepare a criança com antecedência, ofereça brincadeiras inclusivas e crie um espaço tranquilo para pausas durante o evento.
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